A falta de amparo ao idoso não é fato novo no país. O que se tem observado nos últimos anos, é sim, incremento desse grave problema, como conseqüência de índices menores de mortalidade, elevando a expectativa de vida da população. Historicamente, o governo nunca teve preocupações com a criança e o velho, no máximo manipulava as massas com promessas infundadas, sem possibilidade alguma de concretização, que logo caíam no esquecimento.
A situação foi se agravando e, sob o lema de o Brasil ser o país do futuro, sociedades civil e governamental esqueceram do presente. Assim,quando havia,os esforços materiais e humanos eram dirigidos quase que exclusivamente aos mais novos, pois eles é que iriam fazer do país uma grande potência, enquanto os mais poderiam fazer pela pátria.
Muito disso permanece ainda hoje arraigado na cultura.
A indiferença ao idoso não é, portanto, exclusiva do Estado ou dos dirigentes políticos. A sociedade como um todo sempre tem se manifestado pouco preocupada com o destino daqueles que passaram a vida lutando por um Brasil mais justo e menos desigual. Se, fracassaram o que é discutível, é porque não lhes foram dadas às condições para serem vitoriosos.
O idoso no Brasil é visto, então, como um derrotado, sendo tratado com frieza e certo desprezo, desde os parentes mais próximos, mesmo os filhos, até o governo que se mostra incapaz e pouco motivado para aliviar a dura e seca vida desses pobres humanos. Infelizmente, vislumbra-se que apenas quando institucionalizar-se na sociedade brasileira a certeza da importância dos mais vividos e experientes para o progresso nacional é que o problema do idoso poderá ter uma real solução. Até lá, o projeto de construção de uma verdadeira nação terá sempre que ser adiado para o futuro.
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL COMUNICADO-UNAMA-Universidade da Amazônia, em Junho de 2007.
Autor: MILKA DIAS DE SOUSA AZEVEDO
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